A APENA colaborou com a empresa EcoSalix – Sistemas Ecológicos de Engenharia Natural no “III Workshop de Engenharia Natural – do Projeto à Execução”. Esta formação teórico-prática decorreu no âmbito do Projeto “Reabilitar Troço-a-Troço”, da Equipa Multidisciplinar de Ação para a Sustentabilidade (EMAS) do Município de Santarém, desta vez com intervenção num troço da ribeira da Gançaria onde se aplicaram as técnicas de Engenharia Natural manta orgânica, bio rolo, gabião cilíndrico, entrançado e faxina viva, estacaria viva e hidrosementeira.
Formação
1º Curso de Engenharia Natural na Escola Superior Agrária de Coimbra
Nos meses de Janeiro e Fevereiro, no início deste ano de 2018, ocorreu o 1º Curso de Engenharia Natural na Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra.
O 1º Curso de Engenharia Natural foi leccionado por Carlo Bifulco (vogal da APENA e diretor do Parque Nacional dos Monti Sibillini, Itália), com colaboração de Anabela Pereira (tesoureira da APENA) e coordenado pelo Prof. Joaquim Sande Silva.
O curso teve duração de 63 horas (42 horas teóricas, 21 horas práticas), foi parte integrante do Mestrado de Recursos Florestais, tendo sido igualmente frequentado por alunos exteriores (do ICNF, Infraestruturas de Portugal, diversas pequenas empresas e privados).
Os Módulos teóricos foram leccionados nos seguintes termos:
1 – DEFINIR A ENGENHARIA NATURAL | A EN no tempo, na Europa e em Portugal |
A eficácia da EN | |
Custos e limitações da EN | |
2 – MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO | Estacas e enraizamento adventício |
Critérios de escolha das espécies | |
Materiais vivos, naturais, industriais | |
3 – A PROTEÇÃO DA EROSÃO | As técnicas de proteção da erosão superficial |
A proteção da erosão nas áreas ardidas | |
4 – A ESTABILIZAÇÃO DAS ENCOSTAS | Modelação e evolução das vertentes |
A estabilidade de taludes e encostas e as técnicas de estabilização | |
Estabilização das dunas e das áreas ardidas | |
5 – O CONTRIBUTO DAS PLANTAS PELA ESTABILIZAÇÃO DAS ENCOSTAS | O acréscimo da resistência do terreno ao corte por efeito das raízes |
A resistência das raízes e dos caules enterrados | |
Morfologia dos aparelhos radiculares | |
6 – CONSOLIDAÇÃO DOS TALUDES. GESTÃO DAS ÁREAS ARDIDAS | As técnicas de consolidação dos taludes |
Gestão pós-fogo com as técnicas de Engenharia Natural (recuperação, reconstituição do coberto vegetal, redução dos riscos de fogos repetidos) | |
7 – CORRENTES E TRANSPORTE SOLIDO EM RIOS E RIBEIRAS | Estabilidade e transporte de materiais fluviais |
Erosão das margens dos troços | |
As correntes de cheia quando há vegetação nas margens | |
8 – PROJETOS DE EN EM RIOS, RIBEIRAS E ÁREAS HUMIDAS | As obras de EN longitudinais e transversais em rios e ribeiras |
9 – VERDE TECNICO | Construções que usam as plantas com fins não estruturais |
10 – MONITORIZAÇÃO E MANUTENÇÃO | O ciclo tecnológico dos projetos de EN |
Manutenção corretiva, de readequação, evolutiva |
O 1º Curso de Engenharia Natural contou com a presença de 25 alunos e teve uma avaliação muito positiva, tendo sido sugerido um maior número de aulas práticas.
Anabela Pereira e Carlo Bifulco